domingo, 27 de novembro de 2011

Uma Pincelada no Passado - Esportes

ESPORTES

Barueri Futebol Clube
Nos anos 40, o único esporte que mobilizava a população era o futebol. O Barueri F.C. foi fundado em 1920, já a A.D. 1º de Maio tem fundação em 1947. X de Setembro e E.C.São Bento foram fundados em 1950. O primeiro campeonato municipal de futebol aconteceu em 1975. No ano seguinte, numa iniciativa dos moradores e comerciantes do Jardim Silveira/Silveira, é realizada a primeira prova de pedestrianismo, a São Silveira. A primeira gestão de Rubens Furlan, de 82 a 88, dá propulsão ao setor, com mais ginásios de esportes na cidade. A administração Carlos Alberto Bel, 89 a 92, amplia ainda mais a estrutura esportiva. 

“O Barueri Futebol Clube era importantíssimo na região e teve seus grandes astros de futebol. O mais antigo era Napoleão Berzaghi, que era um grande craque. Hoje chama-se de meio campo, mas na época era center alfo. Neste tempo, tinha um goleiro chamado Orlando do Monte, também muito bom. Certa vez o Palestra Itália veio jogar aqui e o convidou para um teste no Parque Antártica. Na ocasião, o goleiro do Palmeiras era também goleiro da seleção brasileira, o Jurandir.

A direção da equipe convidou Orlando do Monte para o Palmeiras, como reserva do Jurandir, ao que ele respondeu: ‘de reserva eu não fico'. Nosso primeiro prefeito, Nestor de Camargo, era um dos melhores centroavantes da região. 

Outro grande atleta barueriense é Duri, que já atuou no Bragantino, no Inter de Limeira, entre outros. Iraci de Souza é outro senhor craque. E outros que não me lembro. Barueri tinha esquedrão respeitável e Itapevi era o freguês. O único que rivalizava era o Sulamericano, de Carapicuiba. Quando se encaravam era um clássico da região. Além do futebol, os jovens gostavam de jogar vôlei no Largo São João Batista, na rua mesmo, pois passavam carros de meia em meia hora. 

As partidas eram amistosas, até que Antonio Faustino dos Santos, duas vezes prefeito e presidente da Câmara Municipal de Carapicuiba, fundou a Liga Barueriense de Futebol, abrangendo também Carapuicuiba.

Em 1955, na final da competição, Barueri enfrentava o São Bento, grande equipe de Carapicuiba que tinha uma fera, o Benê, que já tinha jogado no São Paulo e na Seleção Brasileira. Mas o título ficou para Barueri, com gol de Iraci, gol este que marcou sua carreira. Em 1962, o BFC teve suas portas fechadas, perdeu sua sede, que não era própria - pertencia a Atílio Tolaini”. 

Depoimento de Benedito Adherbal Farbo - Editor do Jornal D ´Oeste e autor do livro Estória da História de Barueri. Entusiasta da história da cidade, “Nini” faleceu em 27 de agosto cde 1996.

domingo, 2 de outubro de 2011

Batalha Naval do Riachuelo - TODO MUNDO É MARINHEIRO


Batalha Naval do Riachuelo, ou simplesmente Batalha do Riachuelo, travou-se a 11 de junho de 1865 às margens do arroio Riachuelo, um afluente do rio Paraguai, na província de Corrientes, na Argentina.
Esta é considerada pelos historiadores militares como uma das mais importantes batalhas da Guerra do Paraguai (1864-1870).


O cenário
A bacia do rio da Prata era estratégica para as comunicações entre o Oceano Atlântico e os contrafortes orientais da Cordilheira dos Andes. O transporte de pessoas, animais e de mercadorias era feito pelos rios, uma vez que quase não havia estradas até a segunda metade do século XX. O país que controlasse a navegação de seus rios, mas principalmente a sua foz, controlaria o interior do território e a sua economia.
O Paraguai não tinha uma saída direta para o mar, uma vez que a bacia estava em mãos da Argentina e do Uruguai, este último em constante disputa entre os interesses da República Argentina e do Império do Brasil. Por essa razão, as fortificações mais importantes do Paraguai tinham sido erguidas nas margens do baixo curso do rio Paraguai.
No início do conflito, as tropas paraguaias já haviam ocupado áreas da então Província do Mato Grosso (atual Estado do Mato Grosso do Sul), no Império do Brasil, e da República da Argentina. Se vencessem a batalha do Riachuelo, poderiam navegar livremente pelo rio Paraguai, descer o rio Paraná, conquistar Montevidéu no Uruguai e, de lá, ocupar a então Província do Rio Grande do Sul. Formar-se-ia assim o Grande Paraguai, que se abriria ao comércio atlântico com as demais nações.

Os combatentes

Batalha Naval do Riachuelo: momento decisivo, quando Barroso põe a pique o Jejui(aquarela do Almirante Trajano Augusto de Carvalho).
Local da Batalha do Riachuelo.
A esquadra paraguaia, partindo de Humaitá na na noite de 10, devia regular a sua marcha de modo a atingir a esquadra brasileira nas primeiras horas da madrugada de 11 de junho. Cada um dos navios paraguaios devia abordar um dos navios brasileiros. Se algum destes conseguisse repelir a abordagem, teria a sua retirada cortada por uma bateria previamente assestada no barranco sobre o canal Riachuelo, duas léguas abaixo da cidade de Corrientes. Ide e trazei-me os navios brasileiros! foram as palavras de Lopes quando terminou a proclamação que dirigiu à sua esquadra no momento da partida de Humaitá. A distancia poderia ser percorrida em cinco ou seis horas, mas uma avaria no vapor Iberá não permtiu efetuar a surpresa antes do romper do dia, e só às 9 horas as duas esquadras se avistaram.[1]
A Força Naval Brasileira que bloqueava o rio Paraná estava fundeada ao lado do Chaco, a jusante de Corrientes e fronteiro a um monumento denominado A Coluna, ereto na margem esquerda do rio. Era composta de 11 navios, mas no dia da batalha contava só com 9; outros dois: as canhoneiras Itajái e Ivaí encontravam-se destacadas em ponto distante rio abaixo. A força era composta das 2a. e 3a. Divisões da Esquadra, com os seguintes comandantes e armamento:
- 2a. Divisão: Comandante, Chefe de Divisão Francisco Manuel Barroso da Silva.
  • Fragata a vapor, de rodas Amazonas (capitânea) - comandante, Capitão-de-Fragata Teotônio Raimundo de Brito. 6 canhões.
  • Corveta Parnaíba - Capitão-Tenente Aurélio Garcindo Fernandes de Sá. 7 canhões.
  • Canhoneira Iguatemi - Primeiro-Tenente Justino José de Macedo Coimbra. 5 canhões.
  • Canhoneira Araguari - Primeiro-Tenente Antônio Luís von Hoonholtz (futuro Barão de Tefé). 4 canhões.
  • Canhoneira Mearim - Primeiro-Tenente Elisiário José Barbosa. 7 canhões.
- 3a. Divisão: Comandante, Capitão-de-Mar-e-Guerra José Secundino de Gomensoro.
  • Corveta Jequitinhonha (capitânea) - comandante, Capitão-Tenente Joaquim José Pinto. 8 canhões.
  • Corveta Beberibe - Capitão-Tenente Joaquim Bonifáco de Santana. 7 canhões.
  • Corveta Belmonte - Primeiro-Tenente Joaquim Francisco de Abreu. 8 canhões.
  • Canhoneira Ipiranga - Primeiro-Tenente Álvaro Augusto de Carvalho. 7 canhões.
A Força Naval Paraguaia era a seguinte: Comandante: Capitão-de-Fragata Mezza.
  • Corveta Taquari (navio-chefe), comadante, Capitão-de-Fragata Martinez. Armado com 8 canhões.
  • Corveta Paraguari - Capitão-de-Fragata Alonzo. 8 canhões. Rebocava, atracado por bombordo, o pequeno vapor Rangel.
  • Vapor Igureí (navio subchefe) - Capitão-de-Fragata Cabral. 7 canhões.
  • Vapor Iporá - Capitão-de-Fragata Ortiz. 4 canhões.
  • Vapor Marquês de Olinda (ex-brasileiro) - Tenente Robles. 4 canhões.
  • Vapor Jejuí - Tenente Aniceto López. 2 canhões.
  • Vapor Salto Oriental - Tenente Alcaraz. 4 canhões.
  • Vapor Pirabebé - Tenente Pereira. 1 canhão.
  • Oito baterias flutuantes (Chatas ou Chalanas) comandadas por tenentes de artilharia, cada uma com um canhão de 68. Seis delas rebocadas por cada navio exceto o Salto. Duas delas já haviam sido colocadas antes, escondidas, na foz do Riachuelo.
Dois outros navios da esquadra paraguaia não participaram do combate e ficaram fundeados águas acima do rio em razão de avarias, o Paraná, comandante Gutierres e o Iberá, comandante Gil. O Exército paraguaio apoiava a esquadra com 22 canhões, fuzileiros e cavalaria, nas margens e barrancas do rio em posição privilegiada.

[editar]A batalha

Na manhã de 11 de junho de 1865, domingo da Santíssima Trindade, os vapores paraguaios, comandados pelo Capitão-de-Navio Mezza, aproximaram-se velozmente, aproveitando-se da correnteza favorável e passam pelos brasileiros em direção do Riachuelo. Foram primeiro avistados pela Canhoneira Mearim, que deu o alarme: Inimigo à vista. Barroso, a bordo da Fragata Amazonas, faz o primeiro sinal Preparar para o combate e depois Safa geralDespertar os fogos das máquinas e a seguir: Suspender ou largar amarras por arinques e bóias, ou até por mão, como melhor convier.
  • A primeira carga.
Às 9h 25 min, a esquadra brasileira está na formação em escarpa voltada águas acima. Barroso iça o sinal O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever, seguido de outro, com instruções de combate: Atacar e destruir o inimigo o mais de perto que puder. Os paraguaios descem o rio, perfilham-se com a esquadra brasileira, trocam-se tiros, duas chatas paraguaias são afundadas, um terceira avariada e o Jejuí também é atingido e seriamente avariado. Este vai abrigar-se na beira do Riachuelo para reparos. A esquadra paraguaia desce o rio faz a volta um pouco abaixo do Riachuelo, torna águas acima e enconsta-se na curva do Riachuelo a jusante das suas baterias de terra, as chatas são fundeadas e preparadas, aguardam a resposta brasileira.
  • A segunda carga.
Às 10h 50m - A esquadra brasileira começa a se mover águas abaixo na direção dos paraguaios, a Belmonte vai a frente e abre fogo às 11h 20m, sofre com o fogo combinado dos navios e das baterias de terra, é fortemente fustigada, a água lhe invade o porão. Comunica à capitânea que as bombas não dão vazão e faz contramarcha, dirige-se ao banco mais próximo, na ilha Cabral e aí encalha para não ir a pique e se recuperar.
11 h 25m - A Amazonas investe na vanguarda abre fogo contra as baterias inimigas e recebe a resposta a bala e metralha. Segue-lhe a Mearim pelo canal e a Araguari, esta repele uma tentativa de abordagem dos inimigos TaquariMarquês de Olinda e Paraguari. Às 11h 50m A Ipiranga investe pelo canal trocando tiros com a linha inimiga e consegue atravessar. Às 12h e 10m a esquadra brasileira concluíra a primeira passagem águas abaixo.
De 12h 05m às 13h. A Jequitinhonha, segundo maior navio da esquadra do Brasil, encalha antes de passar pelo canal, a pouca distância das baterias de terra do Cel. Bruguez, é atacada com vigor pela artilharia das barrancas e responde a altura com os canhões de bombordo, mas não pode mover-se, ainda assim consegue repelir a tentativa de abordagem simultânea da Taquari, do Marques de Olinda e da Paraguari. A Parnaíba deixa a formação e vai águas acima em socorro da Jequitinhonha, bate o leme num banco e depois é atingida no leme, o comandante tenta governá-la só com as velas, mas vêm em sua direção o vapor Paraguari pela proa, o Taquari por bombordo e o Salto por estibordo. A situação da esquadra brasileira nesta hora é crítica: A Belmonte e a Jequitinhonha encalhadas fora de combate e a Parnaíba sofre a abordagem e a bandeira brasileira no navio é arriada.
  • A luta pela Parnaíba.
Deu-se voz de preparar para abordagem, o comadante mandou tocar a máquina a toda força e foi sobre o Paraguari, este abriu-se quase ao meio, viu-se perdido e só teve tempo de buscar a praia e a tripulação o abandonou. No entanto a capitâneaTaquari, o Salto e logo depois pela pôpa oMarques de Olinda realizaram a abordagem. Os paraguaios em luta corpo a corpo tomam o navio desde a pôpa até o mastro grande, nesta luta sobreassaem do lado dos brasileiros o Guarda-Marinha João Guilherme Greenhalgh, o Imperial Marinheiro Marcílio Dias, o Capitão do 9º Batalhão de Infantaria Pedro Afonso Ferreira e o Tenente do mesmo batalhão Feliciano Inácio Andrade Maia mortos na defesa da embaracação e da bandeira. A bandeira brasileira é arriada pelos paraguaios. São 575 os atacantes e 263 os defensores. O comandante da Parnaíba dá ordens de incendiar o paiol de pólvora para que a embarcação não caia em mãos do inimigo. A luta dura uma hora, neste momento os navios paraguaios abandonam o costado da Parnaíba: a esquadra brasileira, faz águas acima e vem em seu socorro.[2]
  • A terceira carga.
Amazonas tendo descido o rio e completado a volta investe águas acima e, por ordens de Barroso, joga a proa contra o casco o Jejuí e o põe ao fundo, a seguir joga a proa contra uma das Chatas paraguaias e a afunda. Livre da abordagem a Parnaíba iça novamente a bandeira brasileira. A fragata Amazonas avistando o Salto parado repetiu a manobra afundando-o, a manobra se repete mais uma vez contra o Marques de Olinda que atingido pela proa da Amazonas desce o rio desgovernado para encalhar mais abaixo. A esquadra paraguaia perde 4 embarcações e 4 chatas, o restante surpreendido pela manobra foge em retirada rio acima perseguida pela Beberibe e pela Araguari que os fustiga com os seus canhões até se distanciarem. Às 17h 30m a batalha está terminadaa com clara vitória da esquadra comandanda por Barroso.
A vitória foi decisiva para a Tríplice Aliança, que passou a controlar, a partir de então, os rios da bacia platina até à fronteira com o Paraguai, garantindo todo o apoio logistico às forças de terra e bloqueando qualquer ajuda ou contato de López com o exterior.

[editar]Ordens

Ficaram famosas na História Militar Brasileira as mensagens transmitidas às embarcações brasileiras pelo Almirante Barroso, através da sinalização de bandeiras:
  • "O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever!"[3]
  • "Sustentar o fogo, que a vitória é nossa!"[3]